20.5.14

Não te apaixones...




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Achei este texto fantástico quando o li no Facebook da Valéria. Sei que muitas mulheres vão se identificar, como eu me identifiquei. E que muitos homens vão suspirar... Ou por desejar encontrá-la ou por já terem encontrado.

No te enamores - Não te apaixones

Não te apaixones por uma mulher que lê, por uma mulher que tem sentimentos, por uma mulher que escreve...
Não te apaixones por uma mulher culta, maga, delirante, louca. Não te apaixones por uma mulher que pensa, que sabe o que sabe e também sabe voar, uma mulher confiante em si mesma.
Não te apaixones por uma mulher que ri ou chora quando faz amor, que sabe transformar a carne em espirito e muito menos te apaixones por uma mulher que ama poesia (estas são as mais perigosas), ou que fica meia hora contemplando uma pintura e não é capaz de viver sem música.
Não te apaixones por uma mulher que está interessada em política, que é rebelde e sente um enorme horror pelas injustiças. Não te apaixones por uma mulher que não gosta de assistir televisão. Nem de uma mulher que é bonita, mas, que não se importa com as características de seu rosto e de seu corpo.
Não te apaixones por uma mulher intensa, brincalhoma, lúcida e irreverente. não queieras te apaixonar por uma mulher assim Porque quando te apaixonares por uma mulher como esta, se ela vai ficar contigo ou não, se ela te ama ou não, de uma mulher assi... jamais conseguiras ficar livre.

Marta Rivera Garrido - Poeta Dominicana

Beijo com carinho



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12.5.14

Mulher, por Jabor


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Vasculhando meus arquivos no Word... encontrei este texto que o Jabor publicou no jornal para o Dia Internacional da Mulher. Tudo bem, já se passaram 2 meses desde 08 de março... mas acho super válido compartilhar com vocês.
Beijo no coração


No dia Internacional da Mulher, várias amigas me pediram: “Escreve, escrevesobre a mulher!”
O psicanalista Lacan disse que a Mulher não existe, pois não há alguma coisa que as unifique. Acho que ele inha razão. Eu nunca conheci A Mulher. Eu já amei e odiei “mulheres. Então, por que esse título genérico¿ Existe a mulher de burca, a stripteaser, existe a freira, a bondosa, a malvada, existe Eva e Virgem Maria.
Sempre que chga esse Dia Internacional, nós machistas elogiamos o lado “abstrato” das fêmeas, sua delicadeza, sua caacidade de perdão (sic), sua coragem, em textos de hipocrisia paraternalistas, como se falássemos de pobres, de crianças. As mulheres foram e são oprimidas e estupradas na alma e no corpo.
N Oriente e na África vemos o auge da violência> castrações, estupros impunes, pais condenando filhos, tudo de horrivel. Mas no resto do mundo sobrevivem muitas formas mais sutis de opressão e desprezo.
Uma leitora, que se disse “perua ineligene” me escreveu: “Antes, as mulheres eram escravas passivas, hoje somos ativas, mas continuamos escravas. Mesmo sendo frígidas, temos de prometer “funcionamento”. Não é por acaso que eles nos chamam de ‘aviões’. É só olhar as revistas masculinas. O que está acontecendo no Brasil e a libertação da mulher objeto. A publicidade é toda em cima de sexo.”
É verdade, penso eu: muita mulher que se sente livre é enganada. Na mídia, só vemos estímulos para as mulheres buscarem a bunda perfeita, bundas ambiciosas querendo subir na vida, bunda com vida própria, mais importantes que suas donas, próteses de silicone, sucesso sem trabalho, anúncio de cerveja com louras burras, mulheres divididas entre a “piranhagem” e a “peruice”, sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos de ganso de manequins. A bunda é a esperança de milhões de Cinderelas. O corpo tem de dar lucro. As mulheres querem ser disputadas, consumidas. Ficam em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pelos pubianos nos salões de beleza e, depois, saem felizes com uns bigodinhos verticais que lembram o Hitler ou Sarney. A liberdade de mercado produziu o mercado da “liberdade”.
A mulher não é um enigma. Nõs é que somos, disfarçados de sólidos. Os homens são óbvios, fálicos.
As mulheres não sabem o que querem, o ohomem acha que sabe. O masculino é certo; feminino é insolúvel. A mulher deseja o impossível. Desejar o impossível é sua grande beleza.
A mulher precisa do homem impalpável. As mulheres êm uma queda pelo canalha (cartas indignadas para a Redação), O canalha é mai amado que o bomzinho. Ela sofre com o canalha, mas o canalha lhe dá um sentido claro com sua viril antipatia. Claro que é um preconceito também essa mania de dizermos que as mulheres são “incompreensíveis” (mesmo Freud). Mas essa confusão na cabeça das mulheres não é maluquice ou psicose; nessa confusa cabeça há uma verdade indeterminada mais profunda do que as ilusões masculinas. Homem em um “fim”. Mulher abre-se num horizonte com muitos sentidos e está sempre equivocando o homem. Lembrando-me de quem amei, vejo que elas queriam ser “descobertas” para elas se conhecerem. Queriam ser decifradas pelos homens, por nossas mãos e bocas. Uma grande submissão a elas só as tornava mais desoladas, raivosas. Muitas vezes, cometi esse erro e dancei.
Elas ventam, chovem, sangram, elas tem inverno, verão, TPMs, raiam de manhã o brilham à noite, elas derrubam homens como terremotos. Elas querem ser decifradas por nós, ms nunca acertamos no alvo, pois não á alvo, nem mosca!
Daí o ódio que os primitivos cultivama contra elas, dái os boçais assassinos do Islã apedrejando-as até a morte, dái os mitos negros como Lilith ou Jezebel (até Eva) ou ladies da morte como Macbeth.
O único grande mistério talvez seja a divisão entre os sexos. Por mais que queiramos, nunca chegareos lá. Lá onde¿ L´na diferença radical onde ora o “outro”. Há alguns exploradores: os veados, sapatóes, travestis, que mergulham nesse mar e voltam de mãos vazias, pois nunca saberemos quem é aquele se com útero, seios, vagina, aquele ser maternal, bom, terrível quando contrariado no “ponto G” da alma. Por outro lado, elas nunca saberão o que ún pênis pendurado, um bigodão, a porrada num jogo do Flamengo, um puteiro visitado de porre, nunca saberão do desamparo do macho em sua frágil grossura. Elas jamais saberão como somos. O amor  é a tentativa de pular esse abismo. Eu sou hoje o que as mulheres fizeram comigo ou o que eu aparendi com elas, no amor ou no sofrimento. Eu descobri  defeitos e qualidades que me formaram, como acidenes que me foram desfigurando. O que aprendi com elas¿ Não tenho idéia, mas sei que me mudaram. Eram como quebra-cabeças: ao tentar armá-los, eu achava que sabia tudo, mas entrava em novos labirintos. Com elas, oucas, sóbrias, boas e más, descobri que não tenho forma nem lógica e que sempre me faltará uma peça na charada.
Existe alguma coisa que as unifique em uma identidade geral¿ Não sei,  mas parece que elas estão muito mais próximas de nós da realidade múltipla do mundo atual, aberto, sem futuro ou significado. Mas não é como vitimas que devemos lamentá-las ou louvá-las. Elas não caminham em busca de um “sentido” único, de um poder brutal. O homem se crê acima do mistério, mas as mulheres estão dentro. São impalpáveis como a realidade que o homem “pnsa” qe controla.

O Dia Internacional da Mulher devia estimular uma ação política das mulheres, não apenas para defender seus direitos, mas para condenar a civilização de machos boçais que destroem nosso destino. 

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