27.2.10

Coisa de mulher...

Ontem fui eu lá toda linda e no salto a uma festa de láurea... No meio da noite algumas das universitárias tiraram fora os confortáveis chinelos Havaianas. Que vacilo eu esqueci a minha!!! Na verdade até pensei, mas achei que não ia ficar legal... enfim, preferi encarar a noite no salto. Conclusão... cheguei em casa com os pés doloridos que mal consegui dormir! Coisa de mulher...

Foi então que comecei a pensar nas coisas que a mulher precisa enfrentar durante toda a sua vida... provas, superações, sacrifícios. Ser mulher é ter mil vidas, fazer várias coisas ao mesmo tempo, ser forte e frágil ao mesmo tempo. A mulher de fases, enigmática, que é complexa mas também é transparente.

Mulher é sinônimo de força, perseverança. Toda mulher é guerreira. O sacrifício para ficar bonita, as dietas, cuidar da casa e dos filhos, sangrar todo mês - têm coisa pior do que sofrer de TPM e cólicas menstruais??? A mulher que dá a luz, que gera a vida, que enfrenta a dor do parto... as olheiras e o cansaço que condeman a noite mal dormida pois tinha que dar o leite quando o bebê chorava. Mulher que dribla obstáculos, que passa cremes no rosto e no corpo, que é rejeitada, que é traída pela amiga. Andar com elegancia mesmo com o avental, cuidar do marido mesmo depois de um longo dia de trabalho... E quantas outras coisas que ser mulher representa!

Diziam ser o sexo frágil e é, mas a mulher também sabe ser muito mais!

25.2.10

Construindo a felicidade...



Nunca cheguei a falar sobre o que vou falar agora... embora eu já tenha dito para os quatro ventos. Estava relendo o post "Provas de fogo" que fiz no dia 09.09.09. E então vim aqui fazer uma coisa que queria fazer a muito tempo... mas não sei por qual motivo não fiz antes.

Há quase dois anos e meio que estamos tentando aumentar nossa familia. Depois de vários médicos e exames, descobrimos que eu tinha problemas que dificultavam a gravidez. Foi então que nossa vida mudou completamente... A ansiedade era grande eu admito, mas ouvir sempre "relaxa e não pensa que quando você menos espera vai acontecer" era pior. Alguém me diga por favor como não pensar???

Enfim, tive que mudar meu ritmo de vida, diminuir a carga horária no trabalho e começar a tomar um remédio que me deixou mal com enjoos fortes, falta de apetite. E todo santo dia eu tinha que medir a minha temperatura hormonal e frazer o gráfico, tipo uma tabelinha, para saber como estava a minha ovulação (toda desregular). A cada dois meses eu tinha uma consulta com o médico em Firenze, tinha sempre algo que não estava bem e era mais uma bateria de exames a fazer. Tudo isso me desgastava e a Sindrome de Sjögren e o Lupus (LES) não ajudavam.

De repente eu estava vivendo em função deste tratamento e cada vez que eu ia ao médico a ansiedade era sempre grande. Depois de alguns meses eu entendi que não dependia somente da minha grande vontade em ser mãe, mas eu teria que ter paciência pois existiam obstáculos a superar.

Sam me acompanhava em todas as consultas e exames, ele estava sempre ao meu lado embora eu percebesse que muitas vezes ele não sabia como se comportar ou o que dizer para me consolar cada vez que eu chorava. Estar longe de casa, dos amigos e principalmente da minha mãe fazia com que tudo tivesse uma dimensão maior, eu me sentia muito sozinha por não ter com quem desabafar ou em quem me apoiar.

No final de novembro descobri que teria que retirar um pólipo do útero. Dizem que é algo normal, muitas mulheres tem, que é uma operção simples e rápida e blá blá blá. Mas eu já estava muito cansada com tudo... depois da operação eu ia precisar ficar de repouso, foi aí que resolvi prolongar minha estada no Brasil, pois iria precisar da minha mãe ao meu lado e de me sentir em casa.

Vunerável, eu estava muito sensível e vunerável... talvez culpa do meu caráter. Sou uma pessoa muito emotiva, passional e isso muitas vezes atrapalha. Por isso estar no Brasil poderia me ajudar a relaxar... recompor. Sam entendeu e compreendeu a minha necessidade de estar um tempo afastada da Itália para estar perto de pessoas que me conhecem desde que nasci, de poder rir e desabafar com as verdadeiras amigas. De me fortalecer e reencontrar, de estar um pouco no meu velho habitat, perto das minhas origens.

Ocorreu tudo bem com a operação, feita há um mês e meio. Ainda estou no Brasil.

Na construção da felicidade, onde a provação apareça
não te lamentes nem reclames.
Dá o teu toque de amor e Deus fará o resto.

(Chico Xavier)



22.2.10

Os dias de sol e carnaval...

A decisão de passar o carnaval em Cabo Frio foi de última hora, eu queria mesmo ter ido visitar uma amiga mas não deu. Enfim, domingo de carnaval às 5h da manhã entramos no carro e fomos rumo à região dos lagos.

Acordamos cedo com os trabalhadores lá fora que começam a barulheira às 7h da manhã. Aproveitamos para cegar cedo na praia e pegar um bom lugar ao sol na barraca do Seu Álvaro. Muitas pessoas ainda estão dormindo, provavelmente exaustos da noite na folia. O calor é forte desde as primeiras horas do dia mas mesmo assim coloco meu protetor e me estico para pegar sol. Mamãe faz o mesmo.

Não demora muito e vamos tomar um banho de mar, a água está gelada mas a sensação de frescor do primeiro banho do dia é ótima. Logo em seguida a melhor opção é uma água de côco, hidrata e alimenta. E já estamos prontas para mais um pouco de sol... afinal este é o melhor horario para se bronzear.

A praia aos poucos vai enchendo e no final quase não tem mais espaço para esticar a toalha e abrir o quarda-sol. Mas nós estamos bem acomodadas na barraca. São 10h e parece que o sol é de meio-dia... a água do mar já não parece tão gelada como no primeiro banho e já não refresca tanto... é hora de pedir uma gelada. Mamãe não liga muito pra cerveja mas acaba me acompanhando. Entre um gole e outro é importante encher o estômago com alguma coisa, afinal o calor é de mais ou menos 40°C e beber de barriga vazia pode não ser boa idéia.

Por volta das 13h já não aguentamos mais ficar na praia que a esta hora está lotada, o sol castiga e eu já não tenho mais disposição para ficar torrando o dia inteiro debaixo do sol quente. Ficamos um pouco mais na sombra antes de ir embora. A novela da tarde que mamãe assiste começa às 14:30h e ela não perde um capitulo! Almoçamos rapidamente no restaurante perto de onde estamos e vamos para casa. Ela vai pra frente da TV e eu aproveito para deitar e descansar um pouco embaixo do ventilador.

Por volta das 17h começa a concentração dos blocos de rua e os foliões começam cedo a festejar. Todos atrás da alegria contagiante do trio elétrico. Aproveito para tirar algumas fotos, mas a maioria são homens vestidos de mulher e a muitos deles sem criatividade no modelito. Mas até que consigo alguma coisa de interessante...

Depois do jantar, algumas vezes preparado em casa e outras no restaurante do Zé na rua do canal. Aproveitamos a brisa para dar uma caminhada pela Praia do forte, ainda tinha muita gente pela rua, muitos estão ali desde a tarde; alguns já beberam demais e perderam a compostsura, outros estão ali para ver o que está acontecendo, rir da bagunça ou aproveitar a linda noite.

Bem, o sono vai chegando, mais 400m até chegar em casa... tomar um banho para refrescar, lavar os dentes, colocar o pijama e cair na cama. Nem 5 minutos e já estou no sono profundo... durmo direto até o dia seguinte quando os trabalhadores chegam e lá fora às 7h para eles já é hora de começar o batente.

( em 17 fev 2010)

O carnaval de sol, mar e folia.

A idéia era chegar em Cabo Frio e curtir o carnaval tranquila, pegar sol, caminhar na praia, beber água de côco para refrescar... Mas ai você vê as ruas lotadas de gente, muitas delas fantasiadas, a música à todo volume, blocos de rua... não tem como resistir. A alegria contagia e mesmo sem querer ou perceber de repente você está dançando.

Bem, eu não tenho fantasia... mas confesso que até bateu vontade de comprar uma. Deve ser a minha alma brasileira carnavalesca querendo aflorar! Então começo a pensar no maridão que está lá na fria Itália... ele iria adorar esta bagunça toda! E talvez, se ele estivesse aqui eu até teria animado cair na folia com ele!!!

Mas a decepção do carnaval foi ver que o sucesso do carnaval de rua não era o trio elétrico mas os carros que tocavam funk na maior altura, as pessoas em volta cantando aquelas letras sem sentido e dançando aquelas coreografias apelativas. Não falo por preconceito, tem funk que é bem legal e o ritmo é dançante. Falo isso pelo verdadeiro espírito carnavalesco, do samba, dos bailes de carnaval, do velho bate-bola, das fantasias costuradas com capricho, das marchinhas...

Mesmo assim é bom estar aqui, sentindo novamente a minha alma de foliã. E entre uma prainha e outra aproveito para fazer umas fotos para poder registrar um pouco de tudo isso para mostrar aos italianos.







(14 fev 2010 - domingo de carnaval)


12.2.10

Meu feijão amigo.

Na Itália não se tem o hábito de comer feijão como no Brasil embora eles tenham muitos pratos em que se usa feijão. Geralmente os dois tipos de feijão consumidosão pelo italiano é o que eles chamam de borlotti e o cannellini (um marron escuro e outro marron claro). Já o feijão preto muitas vezes desaparece das pratileiras e vem do México.

Uma comida típica da Toscana é o feijão com linguiça; em poucas palavras se trata de cozinhar em uma panela a salsicha e o feijão que tem que ser cozido e escorrido (ou seja, sem o caldo), tudo isso em abundante molho de tomate peneirado. Eles dizem que nossa feijoada é "pesada", mas eu garanto que o tal "salsiccia e fagioli" é uma bomba!

Bem, o feijão contém antioxidantes minerais, fonte de amido resistente e fibras dietéticas. Pode ser feito em diversos modos... mas eu sentia falta de um em especial e todo brasileiro: do feijão amigo. Caldo de feijão batidinho no liquidificador com direito à torresminho e cheiro-verde.





Ótimo como aperitivo no verão se acompanhado de uma cerveja gelada, com uma cachacinha esquenta no inverno. E aquele torresminho bem saboroso e crocante por cima, com uma gotinha de azeite... Não tem coisa melhor!

Hummm acho que vou até a cozinha!

10.2.10

Chove chuva...

Chove, chove forte em Juiz de Fora e provavelmente em grande parte do Brasil. Estas últimas duas semanas foram umas das mais quentes dos últimos anos e nem um dia de chuva para refrescar...

Mas hoje a chuva está caindo sem dó nem piedade. Por um lado é bom, estava precisando mesmo... Chuva lava a alma e a terra seca estava pedindo por um pouco de água. Mas por outro lado, esta chuva forte pode causar mais danos.

E desta forma... aquela sensação deliciosa de deitar na cama e ficar ouvindo o barulho da chuva caindo se transforma em afliçao... ruas alagadas, barrancos caindo, cidade em caos. Neste verão muitas pessoas perderam suas casas e tudo o que tinham por causa das enchentes.

3.2.10

No Brasil... sol de norte a sul.

Rio de Janeiro, calor. Muito calor! Os termometros marcam 39°C mas os jornais dizem que a percepção de calor é de 45°C... A solução é uma só... pegar a estrada, encarar o trânsito, descolar um pedaço de paraíso em alguma praia.

(nesta foto: minha prima)

Entre bronzeadores, caminhadas pela areia, águas de côco, cereveja gelada, beliscos vários... Um bom mergulho no mar é como um presente divino. Uma festa!

(nesta foto: meu marido)

Ao fim da tarde... um banho para tirar o sal, roupinha leve, boa companhia, bom papo... e claro, algo para refescar e descontrair. Para o meu marido a dúvida é sempre a mesma: Caipirinha de limão bem fresca ou uma loira bem gelada? A maior parte das vezes ele acaba escolhendo a primeira.


(nesta foto: a tal da caipirinha)
Como boa esposa que sou, acabo acompanhando o marido... mas a minha preferida é a Caipirinha de morango. E vai uma, duas... as minhas pernas começam a amolecer... o corpo vai ficando preguiçoso... o cansaço do sol vai chegando... e antes de ir dormir, últimos minutos de conversa... Relax total!


(nesta foto: eu e ele)

Mas aí a gente acorda do sonho e a boa vida acaba... as férias não duram para sempre... Voltar ao batente e esperar com ansiedade um outro momento de pausa para curtir um pouco mais do sol e do verão brasileiro.