21.11.08

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Aqui na Itália estamos no outono... nem calor e nem frio,
dias indefinidos e temperaturs incertas...
Nada melhor que Veríssimo como companhia!
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Ainda pior que a convicção do não, a incerteza dotalvez, é a desilusão de um "quase". É o quase que meincomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudoque poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou aindaestuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou nãoamou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelosdedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéiasque nunca sairão do papel por essa maldita mania deviver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher umavida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. Aresposta eu sei de cor, está estampada na distância efrieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, naindiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobracovardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre aalegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados e
o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas asestrelas estejam ao alcance, para as coisas que nãopodem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória édesperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; prosamores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar umcoração vazio ou economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não éromance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotinaacomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais
horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando
porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu!!!


Luis Fernando Veríssimo

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