24.3.10

Inimiga do amor


"Diga que me odeia mas diga que não vive sem mim" (Rita Lee)

Quero falar da mulher; da mulher que passa a vida sonhando encontrar a alma gêmea, o amor da vida, que espera viver um sentimento imenso e infinito. A mulher que é educada para ser esposa, mãe, para amar e se entregar. E quando ainda adolescente descobrimos o primeiro amor, a vida parece fazer sentido e tudo fica mais bonito. O tempo passa e a adolescente vira uma mulher, adulta, determinada mas que não abre mão de ser amada. Ser amada e desejada todo dia, como mulher, como mãe, como amiga. Quando nos sentimos amadas os problemas parecem menores.

Mas a mulher, bicho insatisfeito que é, quer mais que ser amada, desejada, realizada, e indendente. A mulher se entrega ao marido e aos filhos, se dedica à familia oferecendo toda espécie de carinho, afeto, amor e muitas vezes abre mão de si mesma esquecendo que é mulher, deixando de lado o delicioso e terapeutico papo com as amigas ou a própria vaidade. Por isso muitas vezes ela se sente carente, porque espera dos outros, principalmente do marido e dos filhos a mesma dedicação e entrega.

Quando a mulher sente que algo está fora do lugar, que falta aquele frio na barriga que movimenta e estimula a vida, então ela passa a sentir falta de carinho, de atenção, sente que não é valorizada. O que ela precisa é sentir que corre sangue em suas veias, que o mundo continua a girar e a evoluir, saudade de sentir aquele arrepio na espinha e aquela disritimia cardiaca diante do amado. Ela sente falta daquele tempo onde tudo parecia mais leve, mais intenso, mais cheio de emoção. Agora ela precisa se dividir entre o trabalho e a familia, as responsabilidades são outras. Ela gostaria de se sentir intensa novamente...

A insatisfação gera a carência que gera instabilidade emocional que gera problemas no relacionamento. É então que a mulher fica vunerável, a estrutura emocional fica abalada. O parceiro nem sempre percebe este vazio que sua companheira está sentindo, esta insatisfação e em relação à sua vida e/ou ao relacionamento. Esta "falha" pode provocar a busca da mulher por outras pessoas.

Como diria Arnaldo Jabor, traição do homem é hormonal. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher. Eis o motivo, carência, a inimiga numero um do amor.

A carência pode gerar predisposição à traição. Não estou aqui a defender a traição de um ou de outro... O que me levou a pesquisar sobre a carência afetiva foi um texto que li sobre os motivos que levam a mulher à traição. Acho que muitas mulheres se deixam envolver com outra pessoa fora do casamento por vulnerabilidade, causada pela insatisfação e carência afetiva. Em um momento de fraqueza, de vazio e solidão; quando em sua vida falta algo de estimulante e prazeroso e ela sai em busca de algo que possa compessar tudo isso. Carência essa que talvez o seu homem não compreenda ou nem veja; mas que o outro notou e vai saber aproveitar.

Nada justifica, nem quero justificar os motivos que levam a mulher a trair seu homem. Quero entender este sentimento, porque chega e como se instala dentro da gente. Com o tempo a relação se desgasta, não existe mais comunicação ou troca de carícias como um tempo, muitos gestos são mecânicos... A mulher sente falta destas coisas, saber que é importante, útil e amada é essencial para ela ser feliz.

O que está faltando em sua vida para que isso aconteça? Há algo que possa ser feito para evitar que a carência leve à traição? O outro lado da moeda existe, a total entrega e submissão ao seu parceiro. Quando por carência a mulher se anula completamente, vivendo assim em função do marido. Mas este é tema para uma outra vez....


Um comentário:

Renata Jiacomine disse...

Olá Annita!

Penso que dedicação total é coisa de mulher, somos felizes oferecendo tudo que há de melhor em nós mesmas, mas não dá para esperar que o homem se comporte da mesma maneira. Acho que a busca do equilíbrio para esta situação deveria estar em NÃO abrir mão da vaidade, do papo com as amigas, pois a mulher pode e deve se dar ao “luxo” de fazer por ela mesma, de dedicar mesmo que por 1 horinha por dia a si mesma. Que seja 1 vez por semana! uma ida ao salão, umas comprinhas no shopping, um chopinho com as amigas..

Outra coisa que achei relevante expor aqui é que o homem tb gosta de sentir intensidade. Ele tb precisa sentir que “corre sangue em suas veias, que o mundo continua a girar e a evoluir”. Acho que este é um trabalho árduo para os DOIS. Em minha opinião o espírito de parceria deveria ser mais constante na vida a dois. Vamos fazer juntos isso.. dividir aquilo.. e por aí vai. Caso contrário as coisas realmente tendem a desandar.

Este é um assunto complexo e eu me interesso bastante.

Sucesso! abraços,

Renata Jiacomine