1.9.11

asSIM, expontânea.

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Sim, sou uma pessoa complexa, intensa e desordenada. Sim, ainda me sinto uma menina e gosto de brincar feito uma boba com meu cachorro e com as crianças. Sim, sinto muita saudade da minha pátria amada, dos meus amigos de guerra, do colo da mamãe e do que eu era. Sim, os anos passaram e muitas coisas mudaram dentro de mim, mas os cabelos brancos e os sinais do tempo não me fazem medo. Sim, não gosto de limpar casa, varrer, passar, arrumar armários. Sim, apesar da minha preguiça a minha casa é limpa mesmo estando muitas vezes em desordem. Sim, gosto de colocar música no maior volume e dançar feito desmiolada sozinha pela sala. Sim, o momento pior de um dia para mim é à noite; quando deitada na cama minha mente não para de pensar e refletir e sonhar e querer e questionar e não me deixa dormir. Sim, eu não tenho medo de arriscar e errar ou me expor; sou impulsiva. Sim, muitas vezes eu sei o devo fazer; mas finjo não ver. Sim, não consigo esconder o que está dentro do coração e frequentemente sem usar a razão acabo me deixando levar. Sim, adoro rever fotos e relembrar momentos passados. Sim, sou dramatica e impaciente. Sim, eu gosto de fazer amor fazendo sexo. Sim, vivi muitos amores platônicos que me fizeram sonhar. Sim, eu poderia ter feito muito mais do que fiz até hoje. Sim, não consigo apagar as mágoas que trago no peito; mas tento não permitir que elas me impeçam de seguir adiante. Sim, eu quero muito ser mãe mas não sei se esta é a vontade de Deus. Sim, chorei em silêncio muitas vezes para não mostrar minha dor ao mundo. Sim, me permiti situações  das quais me arrependo. Sim, odeio me arrepender! Sim, eu amo o cheiro da folha em branco do caderno novo. Sim, adoro o outono na Itália e suas cores cheias de nostalgia. Sim, o inverno para mim é triste, cinza e melancólico. Sim, vou viver dividida entre dois países para sempre. Sim, a saudade faz parte de mim como uma tatuagem. Sim, como todos eu também quis abraçar o mundo. Sim, quando estou triste gosto de pegar o carro e sair por ai, até a lágrima acabar. Sim, cada um recebe de mim exatamente aquilo que me dá. Sim, nada disso faz sentido... será?

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