25.2.10

Construindo a felicidade...



Nunca cheguei a falar sobre o que vou falar agora... embora eu já tenha dito para os quatro ventos. Estava relendo o post "Provas de fogo" que fiz no dia 09.09.09. E então vim aqui fazer uma coisa que queria fazer a muito tempo... mas não sei por qual motivo não fiz antes.

Há quase dois anos e meio que estamos tentando aumentar nossa familia. Depois de vários médicos e exames, descobrimos que eu tinha problemas que dificultavam a gravidez. Foi então que nossa vida mudou completamente... A ansiedade era grande eu admito, mas ouvir sempre "relaxa e não pensa que quando você menos espera vai acontecer" era pior. Alguém me diga por favor como não pensar???

Enfim, tive que mudar meu ritmo de vida, diminuir a carga horária no trabalho e começar a tomar um remédio que me deixou mal com enjoos fortes, falta de apetite. E todo santo dia eu tinha que medir a minha temperatura hormonal e frazer o gráfico, tipo uma tabelinha, para saber como estava a minha ovulação (toda desregular). A cada dois meses eu tinha uma consulta com o médico em Firenze, tinha sempre algo que não estava bem e era mais uma bateria de exames a fazer. Tudo isso me desgastava e a Sindrome de Sjögren e o Lupus (LES) não ajudavam.

De repente eu estava vivendo em função deste tratamento e cada vez que eu ia ao médico a ansiedade era sempre grande. Depois de alguns meses eu entendi que não dependia somente da minha grande vontade em ser mãe, mas eu teria que ter paciência pois existiam obstáculos a superar.

Sam me acompanhava em todas as consultas e exames, ele estava sempre ao meu lado embora eu percebesse que muitas vezes ele não sabia como se comportar ou o que dizer para me consolar cada vez que eu chorava. Estar longe de casa, dos amigos e principalmente da minha mãe fazia com que tudo tivesse uma dimensão maior, eu me sentia muito sozinha por não ter com quem desabafar ou em quem me apoiar.

No final de novembro descobri que teria que retirar um pólipo do útero. Dizem que é algo normal, muitas mulheres tem, que é uma operção simples e rápida e blá blá blá. Mas eu já estava muito cansada com tudo... depois da operação eu ia precisar ficar de repouso, foi aí que resolvi prolongar minha estada no Brasil, pois iria precisar da minha mãe ao meu lado e de me sentir em casa.

Vunerável, eu estava muito sensível e vunerável... talvez culpa do meu caráter. Sou uma pessoa muito emotiva, passional e isso muitas vezes atrapalha. Por isso estar no Brasil poderia me ajudar a relaxar... recompor. Sam entendeu e compreendeu a minha necessidade de estar um tempo afastada da Itália para estar perto de pessoas que me conhecem desde que nasci, de poder rir e desabafar com as verdadeiras amigas. De me fortalecer e reencontrar, de estar um pouco no meu velho habitat, perto das minhas origens.

Ocorreu tudo bem com a operação, feita há um mês e meio. Ainda estou no Brasil.

Na construção da felicidade, onde a provação apareça
não te lamentes nem reclames.
Dá o teu toque de amor e Deus fará o resto.

(Chico Xavier)



2 comentários:

Fatinha Costa disse...

Oi, Anne

Di já havia me contado por alto o motivo pelo qual estava mais tempo no Brasil, mas confesso que fiquei comovida com o seu relato sobre tudo o que vem passando e superando.

Sim, é muito importante contar com o apoio do homem que amamos, mas não tem preço estar na casa materna, como vc tão bem descreve.

Que tenha a sorte de alcançar seu objetivo de ser mãe biológica, porque o seu coração já é "maternal" por excelência!

Bjs

Fatinha

Annita disse...

Pois é Fatinha, Aqui eu tentei resumir o que tem sido minha vida no ultimos dois anos. Agora estou melhor, estou pronta para voltar!
:) Obrigada pelas palavras